Se tem uma startup inovadora com potencial escalável em fase inicial ou um plano de negócios, pronto a ser implementado, é bem provável que esteja perante necessidades de financiamento que envolvem rondas de Seed Capital e no futuro próximo Venture Capital.
Aqui apresentamos-lhe as principais diferenças entre estes dois tipos de financiamento para startups. Logo à partida, tenha em consideração que são duas formas de financiamento importantes, quer pelo capital que injetam nas startups, quer pela network ou até pela boas práticas de gestão que podem trazer.
1# As diferentes fases de atuação
A primeira grande diferença entre as duas formas de financiamento é o momento a qual se adequa.
Embora o Seed Capital e o Venture Capital entram ainda na Early Stage de uma startup, o Seed Capital surge como a solução para fundar ou acelerar a implementação do plano de negócios da startup. Com poucos ou nenhuns clientes. O Venture Capital vem depois, para fundamentar e colocar esse plano em fase de crescimento até ao Growth Stage, onde outras formas de financiamento ajudarão ainda mais ao crescimento da startup. Normalmente, o Venture Capital aplica-se a startups que já tenham um modelo de receitas estabelecido.
2# Os níveis de risco e o retorno financeiro do investidor
Ao existirem diferentes fases de atuação, também existem diferentes níveis de risco e de retorno financeiro para o investidor.
Sendo assim, quando um investidor está a financiar uma startup sob a forma de Seed Capital está sujeito a um risco considerado muito elevado ou extremo, com grandes probabilidades de perder todo o seu investimento. Isto acontece por uma razão: a startup em que se investe nesta fase pode ainda não ter qualquer receita ou clientes e o seu modelo de negócio não ter sido testado e, por isso, não tem nenhuma garantia de segurança financeira.
Se este risco é muito elevado, o retorno financeiro para o investidor nesta fase terá de ser muito maior. Um investidor ou fundo sob a forma de Seed Capital pode esperar um retorno 100 vezes maior ao valor investido.
Já o Venture Capital tem um risco considerado elevado, com uma probabilidade moderada do investidor perder todo o dinheiro investido na startup. Menos risco significa também menor nível de retorno financeiro para o investidor. É expectável um retorno financeiro 10 vezes maior ao capital investido.
3# As contrapartidas da startup para o investidor
Se tem uma startup, sabe que qualquer ronda de financiamento com sucesso acaba sempre em negociação. E nessa negociação tem de dar alguma contrapartida ao investidor.
Em financiamento sob a forma de Seed Capital predominam 2 tipos de contrapartida: a startup dá uma percentagem das ações ao investidor em troca do investimento ou é estabelecido um acordo SAFE.
SAFE é o acrónimo de Simple Agreement for Future Equity. Ou seja, neste acordo, o investidor não toma posse imediata de parte da percentagem de ações que teria numa situação normal, mas salvaguarda-se a esse direito no futuro.
Se estamos a falar de financiamento sob a forma de Venture Capital, existem 2 tipos comuns de contrapartidas: uma percentagem das ações, sejam ações ordinárias e preferenciais, ou títulos de dívida.
4# O que cada tipo de financiamento para startups privilegia
Este último ponto é o mais importante para que a sua startup consiga obter e negociar com sucesso o financiamento.
Investidores com Seed Capital focam-se mais em aspetos de avaliação pessoal e de oportunidade de mercado. Quem são os fundadores da startup? O que demonstra a sua atitude, apresentação e visão? Que inovação e oportunidade trás a startup ao mercado?
Quanto aos investidores com Venture Capital, estes entram numa fase onde já têm dados e valores concretos para analisar. É em dados como as receitas e as margens da startup em que se irão focar. Mas como ainda estamos numa fase early stage da startup, quem são os fundadores, o seu modelo de negócio é facilmente escalável a outros mercados? continuam a ser fatores determinantes.
E a título de curiosidade, bons motivos para sorrir
*Relatório realizado por Pedro Almeida, disponível em https://www.pedroalmeidavc.com/
Do início do ano até ao fim de Fevereiro 2021, entre Portugal e Espanha, foi a Portugal Ventures o fundo de investimento mais ativo no financiamento de startups. Um sinal positivo para um ano onde se estima que o investimento em startups portuguesas continue a crescer.
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