Um empreendedor foca-se em criar valor. Realizar o sonho. Tornar o mundo melhor.
E Portugal brilha cada vez mais nesse sentido, graças a novos empreendedores focados em mudar o mundo com inovações sustentáveis.
Neste artigo, listamos 17 startups portuguesas sustentáveis. Vamos ao detalhe nas primeiras oito, expondo o problema encontrado e a solução desenvolvida. Para o fim, destacamos mais startups portuguesas que vale a pena descobrir. E, acredite, o difícil foi escolher apenas 17.
1. Bling Energy
Problema
O investimento avultado em painéis solares é um obstáculo muito grande para muitas famílias portuguesas, impedindo que mais habitações possam beneficiar de todas as vantagens da energia solar.
Solução
A Bling Energy, startup portuguesa sediada na Amadora, desenvolveu um modelo de negócio onde qualquer pessoa pode instalar painéis solares sem fazer um investimento inicial, eliminando essa barreira financeira. Para o conseguir, a Bling Energy fornece os seus serviços chave na mão através de uma subscrição, que além de suavizar o investimento, garante toda a instalação e manutenção necessária durante a vida dos painéis.
Website: https://blingenergy.pt/
Fundadores: Bernardo S. C. Fernandez
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2. CO2offset
Problema
As florestas são um dos grandes aliados na captação de carbono. E uma das melhores formas de as proteger, e até expandi-las, é recompensando todos os proprietários ou organizações que as gerem ativamente.
É aqui que entram os créditos de carbono. Se um proprietário consegue vender esses créditos de carbono, consegue ter mais fundos para continuar a proteger e expandir a sua floresta. Mas, medir esses créditos de carbono não é uma tarefa acessível.
Solução
Entra em cena a CO2offset. Esta startup portuguesa desenvolveu uma solução de SaaS (software as a service) que mede os créditos de carbono de forma rápida, fiável e mais barata, tornando esses créditos mais acessíveis a todos. Desta maneira, os proprietários das florestas podem vender esses créditos a empresas que precisem de compensar a sua pegada carbónica.
Website: https://co2offset.ai/
Fundadores: Pedro Cipriano e Rui Lopes
3. Wayz
Problema
A moda – principalmente a fast fashion – gera muito desperdício. Com a indústria têxtil e do sapato a terem um grande peso na económica portuguesa, é preciso encontrar formas mais éticas e sustentáveis de desenvolver estes produtos, indo ao encontro de um consumidor mais moderno e atento a estas questões.
Solução
É aqui que entra a Wayz. Esta startup portuguesa desenvolve sneakers (sapatilhas/ténis) utilizando materiais biodegradáveis ou reutilizando materiais como pneus. Além disso, a marca contribuiu também para o mercado de trabalho ao apostar na confeção artesanal dos seus produtos.
Website: https://wayzforlife.com/
Fundadores: Daniel Gonçalves e Pedro Maçana
4. Flowco
Problema
Todas as empresas geram algum tipo de desperdício. Mas nem sempre conseguem reciclá-lo ou dar-lhe uma segunda vida, levando a que esse desperdício acabe num aterro.
Solução
A solução chega com a Flowco. Esta startup portuguesa tem como missão criar valor a partir do desperdício gerado pelas empresas desde o início de cada processo. Ou seja, a Flowco trabalha com qualquer empresa que queira diminuir o seu desperdício, reaproveitando-o e transformando-o em novos produtos, como é o caso dos pavimentos para ginásios feito através de pneus.
Website: https://flowco.pt/
Fundadores: António Vale e João Goulão
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5. Simby
Problema
O e-waste (REEE), desperdício gerado pelas empresas ou consumidores de tecnologias, está a crescer a um ritmo alarmante. Os poluentes que o desperdício eletrónico contém são extremamente perigosos para o solo ou água e toda a cadeia alimentar que depende destes dois.
Solução
A Simby, startup portuguesa sediada no Porto, criou uma plataforma que facilita a comunicação entre os produtores de e-waste e as organizações capazes de o reciclar. E ambos ficam a ganhar com isso: o produtor pode vender o seu e-waste a uma empresa de reciclagem, que, por sua vez, reaproveita os metais valiosos presentes neste e-waste para lucrar com eles. E ganha também o ambiente, que vê a pressão sobre as matérias primas a reduzir, diminuindo também a acumulação de e-waste nos aterros.
Website: http://simby.pt/
Fundadores: Filipe Gonçalves, José Carlos Carvalho e Nuno Novo
6. Build.ing
Problema
Ao construir um edifício, primeiro começa-se pela arquitetura, depois a engenharia e todos os desafios que surgem para que a engenharia torne a arquitetura possível. Construir um edifício é sempre uma tarefa desafiante, principalmente nesta relação entre arquitetura e engenharia. É preciso torná-la mais eficiente e, com isso, poupar tempo e recursos.
Solução
A startup portuguesa Build.ing desenvolveu uma plataforma de inteligência artifical que trabalha de forma integrada as valências de arquitetura e engenharia, tornando o processo de construção de edifícios mais eficiente. Esta plataforma cria modelos e estudos de desempenho energético com materiais de pegadas ecológicas diversas.
Assim, a Build.ing reduz a fragmentação dos projetos de construção, permitindo que as empresas de construção otimizem as suas escolhas e reduzam os custos da obra com ciclos de projeto mais curtos e sustentáveis.
Localização: Coimbra
Website: https://www.linkedin.com/company/build-ing-a-greener-future/people/
Fundadores: Elias Silva e Leonardo Costa
7. InBfusion
Problema
Todos usamos escovas de dentes. Sejam eletrónicas, descartáveis ou de bambu, todas acabam por ter um fim, contribuindo para a geração de resíduos.
Solução
Desenvolver uma escova de dentes vitalícia. Foi isto mesmo que a startup portuguesa InBfusion fez. E fê-lo utilizando materiais sustentáveis. A escova de dentes além de ser esteticamente agradável, e promover uma boa higiene oral, tem apenas uma parte descartável: a cabeça, que é feita de filamentos biodegradáveis.
Website: https://www.inbfusion.pt/
Fundadores: Carolina Ferreira, Sara Guerreiro e Tatiana Padrão.
8. Blue Oasis
Problema
Os recifes são um dos ecossistemas marítimos que mais contribuem para o equilíbrio dos oceanos, atuando como filtros e até captando carbono. Contudo, estão a desaparecer e com o seu desaparecimento, todo o ecossistema marítimo sofrerá danos irreversíveis.
Solução
A startup portuguesa Blue Oasis cria e instala “recifes” artificiais neutros em carbono, que permitem a recuperação de ecossistemas marinhos danificados e a reversão do declínio da biodiversidade do oceano. A par desta solução, a Blue Oasis desenvolve outras com foco em energias renováveis e inteligência artificial, sempre relacionadas com o oceano.
Localização: Ericeira, Lisboa
Website: https://blueoasis.pt/
Outras startups portuguesas sustentáveis
As startups portugueses têm um impacto cada vez mais positivo no mundo. Os 8 exemplos acima são apenas uma demonstração simples do bom que se anda a fazer em Portugal.
Abaixo, destacamos mais algumas startups portuguesas que vale a pena descobrir.
- Ecoceno: embalagens de take-away reutilizáveis
- Matterpieces (Studio8): reutilização e transformação dos resíduos gerados na construção
- Revoco: reaproveitamento do desperdício da indústria têxtil
- Smartex.AI: utilização de Inteligência Artificial e Machine Learning para reduzir o desperdício da indústria têxtil durante o processo de fabrico
- SEAentia: aquacultura sustentável
- N9ve: recuperação de metais de terras raras através do e-waste
- Inokem: produtos de limpeza e desinfeção ultra concentrados eco-friendly e pet-friendly;
- Noocity: hortas comunitárias para empresas;
- Bambu Bycicles: bicicletas sustentáveis feitas em bambu;
Conclusão
Olhar para o futuro é importante.
Mas fundamental é atuar no presente.
Criar inovações sustentáveis que, dia a dia, diminuam o nosso impacto no planeta.
E fazer isso através de uma startup com potencial de crescimento e rentabilidade, só prova que a sustentabilidade funciona como modelo de negócio. Esse é o futuro. E estas startups portuguesas provam que também pode ser já o nosso presente. Parabéns!